Durante o mês de novembro, estive em Portugal conhecendo as suas diversas regiões e aproveitei para degustar vários dos seus maravilhosos vinhos. O país é lindo, os portugueses muito solícitos, a comida deliciosa e os vinhos são um belo espetáculo a parte. Visitei vinícolas, ótimos restaurantes, mercados, bares, comi comidas típicas acompanhadas de vinhos regionais e fiz degustações em enotecas muito bem montadas. Mas a minha experiência enológica mais enriquecedora aconteceu sem nenhuma programação. Eu estava passeando pelas ruas de Sintra com a minha família quando passamos em frente a um charmoso Wine Bar. Como enófila de carteirinha, não pude deixar de entrar para conhecer o ambiente e conferir os rótulos oferecidos. A casa tem uma variedade incrível de rótulos vintage de Vinhos do Porto e Madeira. No balcão, um aviso oferecia aos clientes dois tipos de degustação de Vinhos do Porto, uma de vinhos mais jovens e outra de vinhos mais envelhecidos. Além disso...
Todo enófilo que se preze sabe que, para se desfrutar ao máximo das sensações que o vinho pode nos proporcionar, a taça deve ser girada para a maior liberação dos aromas presentes na bebida dos Deuses. O que muitos não sabem é que estes aromas podem nos ajudar muito a identificar não apenas o tipo de uva utilizada na produção daquele vinho, como também algumas técnicas utilizadas no processo de vinificação e até mesmo a idade do vinho. Durante a análise olfativa, podemos identificar três grupos de aromas, os primários, os secundários e os terciários. Os aromas primários são aqueles existentes no vinho que acabou de ser fermentado e podem ser próprios da uva ou originados do processo de fermentação. Em sua maioria, são aromas frutados, como as frutas cítricas, o pêssego e a maçã verde nos vinhos brancos e o morango, a ameixa e a framboesa em vinhos tintos. Em regiões muito quentes, onde a uva amadurece muito rápido, podemos sentir aromas de frutas cozidas ou se...